quinta-feira, janeiro 31, 2013

quase sólido, quase gasoso


por mais muro que tu sejas
deve existir o lugar explícito
para que o sopro te faça ruir

terça-feira, janeiro 29, 2013

Fragmentos para ser manoel ou garrincha


Se fosse jogador de futebol
Queria ser Mané
O das pernas tortas
Saltitante garrincha

Mas como do orbe
Só ganhei o drible da palavra
Intento ser o Manoel
Menestrel passarinho

segunda-feira, janeiro 28, 2013

A ESPERA


Um dia vou sentar
e escrever a obra
da minha vida.

Enquanto isso,
atiço ventanias
nesta manhã sem fim.

sábado, janeiro 26, 2013

Ária para vento perdido no raso da caatinga


Nenhum pássaro 
me escuta
Apenas o sol arde

quarta-feira, janeiro 23, 2013

Desleituras rasas para mares vindouros


para Joelma Bittencourt

a palavra traz o passo
inscreve o traço
vaza espaço
circunscreve-se
  
(ao mar se lê
leve enlevo
ou
ledo engano)

terça-feira, janeiro 22, 2013

ária de circunscrição de asas


para Dado (Ribeiro Pedreira )

se me respiro passarinho
não sei se voo ou canto
só me sei sozinho
sem ninho

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Quase salaz, quase concupiscente


Depois do ensaio de olhares
As línguas entraram em cena

sábado, janeiro 19, 2013

Quase assim, quase assado


Estamos quites
Ne me quitte pas

sexta-feira, janeiro 18, 2013

something in the way she mov(i)es


a remota luz da manhã
ainda fere e incendeia:
a mim, a ti, a todos.

para que insistir
em sutis diferenças?

já não me basta
de tanto silêncio
quanto entoas certa canção

quinta-feira, janeiro 17, 2013

RETRATO FALADO


DE TI FICOU O GOSTO,
A MÁGOA E A NÓDOA,
O ENGANO E O MEDO.

O ROSTO QUE PERDI
E AINDA ME PERSEGUE
DIANTE DO ESPELHO.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

quase plurilíngue, quase plurinominal


paralelo a estes paralelepípedos
eu, pária, patino plural pluriforme
pluríssono, plurívoco, plurilátero

domingo, janeiro 13, 2013

(às vezes até o sangue incendeia)


permita-me do copo o corpo
e o vazio que nele habita
neste eflúvio de incerteza

sexta-feira, janeiro 11, 2013

quase alísio, quase trêmulo


de repente vento e silêncio
e a vida num cansaço
respira apaziguada

terça-feira, janeiro 08, 2013

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Da série: poemas absolutamente dispensáveis

I


Ele era só concerto
Enquanto ela
Quebrava na balada

II

breve escreverei um romance
que nunca vai acabar:
será início do princípio ao fim

III

Minha hora é teu umbigo
Abrigo amigo onde fisgo



quinta-feira, janeiro 03, 2013

quarta-feira, janeiro 02, 2013

terça-feira, janeiro 01, 2013

quase lâmina, quase flor


espada, estrelícia
florete, flox
adaga, antúrio
cutelo, cravina
punhal, protea
faca, frésia
estilete, esporinha
navalha, narciso
sabre, sálvia
canivete, celósia