sexta-feira, fevereiro 20, 2015

uma saudade gris para amores efêmeros

nas tortas avenidas
do meu corpo
deambula este
olor de brevidades

de tudo
quanto eu tive
quase nada ficou
a não ser

este florir repentino
do silêncio
de tantas ausências

p.s.

na página vazia
o mister da poesia
é por o negro
e o branco
em harmonia

pérola aos porcos

um galo sozinho não tece uma manhã
assim como
uma andorinha só não faz verão
assim como
provisoriamente não cantaremos o amor
assim como
a casa é acolhedora, os livros poucos
assim como
eu encontro em mim mesmo uma espécie de abril
assim como
eu canto porque o instante existe
assim eu quereria meu último poema