Ária
para contralto azul e tenor vacilante
Procuro
meu braço
Aquele
de outrora
Que
erguia sutilezas
E
tocava peles, livros
Musgos,
frios metais
A
lira incandescente
Procuro
meu braço
Aquele
da mão
Que
na xícara de então
Mergulhava
a madeleine
Que
ajeitava os óculos
Procuro
meu braço
Memória
de auroras
Que
sussurram árias
Neste
ouvido cansado
inspirada neste poema
de Domingos Barroso
entre a xícara e os óculos
Procuro pela casa algum objeto
que me venha dar um abraço.
Sinto falta dos abraços dos objetos
quando tonto me seguro pelas paredes.
A minha xícara sobre a mesa
silencia-se de lábio cortado.
Imagina que a desprezo depois daquele dia
em que alguém a levou à boca
e a deixou cair.
A minha xícara apartou-se
do meu coração e hoje
é apenas uma fria
cerâmica.
A minha salvação
é que tenho os óculos
que me falam ao ouvido
para erguê-los contra a luz
e tentar ver algum novo arranhão.
que me venha dar um abraço.
Sinto falta dos abraços dos objetos
quando tonto me seguro pelas paredes.
A minha xícara sobre a mesa
silencia-se de lábio cortado.
Imagina que a desprezo depois daquele dia
em que alguém a levou à boca
e a deixou cair.
A minha xícara apartou-se
do meu coração e hoje
é apenas uma fria
cerâmica.
A minha salvação
é que tenho os óculos
que me falam ao ouvido
para erguê-los contra a luz
e tentar ver algum novo arranhão.
http://domingosbarroso.blogspot.com.br/2012/09/entre-xicara-e-os-oculos.html
* Poemas meus na revista Mallarmargens, um luxo!
http://www.mallarmargens.com/2012/09/3-poemas-de-assis-freitas.html
* Poemas meus na revista Mallarmargens, um luxo!
http://www.mallarmargens.com/2012/09/3-poemas-de-assis-freitas.html
9 comentários:
Faltam abraços aos braços perdidos em busca do tato.
Sempre interessante este dialogismo a expandir claridades.
Lídia
dose dupla de encanto!!
beijo, beijo, aos poetas!
Genial!!!!
Aaaaaaaaaaaaabraços!!!! :)
Muito bom esse poema.
Há meses não vou ao blog de Domingos, não porque não aprecie o que ele escreve, ao contrário, mas porque minha vida anda meio tumultuada, sem muito tempo para ter a tranquilidade e a alegria de ler os poetas distantes.
Foi bom publicar aqui o trabalho de Domingos, Assis.
Beijo para os dois.
Dois poetas que me deixam flutuando...
Beijos.
beleza em duplicidade.adoro estes diálogos.
beijo
dois poeta maravilhosos de sonhar altíssimo junto, vocês deviam fazer um poema junto, acho que seria uma bela dupla
beijos
Que maravilha, Assis! De ti nem preciso falar, que não te ler me deixa incompleta; apenas registrar que adoro o poeta Domingos.
Beijos,
Braços e abraços de força e esperança de amor...abraços de boa noite....
Postar um comentário