quinta-feira, setembro 13, 2012

balada inominável


dos alísios que me inventam
desenho sonhos
desenho tramas e rimas
sou o vazio no oco do mundo
a poesia não me salva
mas é a maldita solução
para criar o necessário rito
de limar as agruras do tempo
o desconcerto do amor
a inquietude e todo rumor
o caminho da estrela
o rio que segue sem bússola
a balada inominável
de uma senhora da noite
não tem pressa o fim do mundo
quando o vasto corre na veia
e os sinais acendem a solidão
é somente a sede dos lábios
o sopro, o soluço de um abraço
das mãos em desafio, o fio
torto, íngreme, da lua em flor
de tudo a inutilidade sem fim
Quem me dera um pouso
Uma choupana de quimeras
Um poema cheio de etceteras
Um vaso perfumado de alecrim
Que tudo dói em mim
Que tudo dói em mim
Como a dor de uma saudade
Como um girassol amargo
Corroendo dentro de mim

9 comentários:

Everson Russo disse...

E essa dor um dia há de cessar...abraços de bom dia.

Tania regina Contreiras disse...

É sem salvação que o canto poético é entoado. Lindamente...:-)
Beijos, Poeta!

Joelma B. disse...

repleto do que se quer alcançar!!

Beijo!

Luiza Maciel Nogueira disse...

um girassol que lança sementes de poesia nos olhos

beijos

Lídia Borges disse...


"Tudo claro, mas tudo escuro
como numa prece..."

Lalo Arias


Um beijo

Daniela Delias disse...

Doído e lindo ;)

cheiro

Anônimo disse...

Tudo dói, e eu preciso de baladas assim...

dade amorim disse...

Deliciosamente sentimental e bonito!

Beijo.

LauraAlberto disse...

fiquei com a ideia da não-salvação, mas ajuda no final

beijo