quarta-feira, agosto 29, 2012

Nenhum silencio vaza do relâmpago


Tudo se perde neste ermo
Neste tecido de linguagem
Nada se fixa nas retinas
Nem o ar soprado do lábio

Espaço sem memória
Flecha solta em extravio
Até teu nome se apagou
Na tez da lamina, por um fio

Tudo se perde neste ermo
O caminho da nuvem em líquen
A consagração do fogo e do cravo
Este turbilhão que emana do raio

p.s. “Sei que estou vivo
entre dois parênteses”

10 comentários:

Everson Russo disse...

E nesse ermo invisível ainda vive a esperança,,,entre parenteses de sonhos...abraços...

Ira Buscacio disse...

quando olho a cidade do alto da minha janela, assim sinto minha vida, entre dois parênteses

bj, grande poeta

Tania regina Contreiras disse...

Um encanto te ler, de verdade. Sempre.
Beijos,

Lídia Borges disse...


Vive-se na arte ou para a habitar é necessário deixar de viver?

Um beijo

Anônimo disse...

Como se ver existindo entre parênteses, aspas, com tantas estações perdendo-se nas folhagens?

Belo, poeta!

Bípede Falante disse...

colchetes e outras coisas pra escapar depois dos parenteses...
é longa a jornada das linhas.
beijoss

Luiza Maciel Nogueira disse...

estar vivo já é tanto

beijo

Daniela Delias disse...

p.s. de torar...

Joelma B. disse...

certeiro, mestre!

:*

Cris de Souza disse...

Eis a observação fatal!!!