quarta-feira, fevereiro 19, 2014

uma ária para acidentes premeditados

talvez ela me esqueça
na curva do poema
e nunca mais deixe sinais
como uma pata de iguana

eu ficarei na solidão da areia
catalogando esta imensidão

enquanto perambulo em preâmbulo
o tempo arremata o meu epílogo

11 comentários:

Lídia Borges disse...


O tempo, o tempo!... Não dá tempo para atravessar tanta "imensidão".


Um beijo

José Carlos Sant Anna disse...

Há outras curvas na imensidão do poema, poeta.
Abraços,

dade amorim disse...

"na solidão da areia
catalogando esta imensidão"
Que lindo, Assis!

Beijo

Cecília Romeu disse...

Assis,

Uma mulher que esquece o poeta na curva do poema é prenúncio de coleção de versos.
O arrebatamento, a solidão de não saber-se onde e o epílogo do que nunca existiu: um quase pecado. Onde o quase é tudo o que nunca será.
Crime sem confissão e sem direito a ato de contrição.

Beijos!

A. Everton Rocha disse...

que perigo essa curva

Unknown disse...

tudo é possível na curva do poema, acidentes e eternidades, mesmo quando o tempo inscreve epílogos.

abração!

Tania regina Contreiras disse...


Assis, jamais esquecerei que havia uma curva no meio do poema!

Beijos, mestre!

Cris de Souza disse...

Você é mestre! Pata de iguana é uma imagem inesquecível.

Beijo.

Ira Buscacio disse...

perambular em origem
e o tempo que faça o trabalho sujo

adorei isso!

bj, poetassaço

marlene edir severino disse...

Lindíssimo perambular...

Abração, poeta!

ÍndigoHorizonte disse...

Tu epílogo aún no está escrito.