terça-feira, dezembro 03, 2013

Oração para o corpo numa tarde de ausência

Eu velo pelas tuas espáduas
Neste ângulo em que os cabelos
- Como a galgar escarpas -
Deixam a nuca a descoberto
Ali onde se cravam dentes
E a língua passeia silente

Eu velo pelos teus seios
Pelo halo, pela auréola
Onde deposito a vertigem
Úmida do meu deleite

Eu velo pelas tuas coxas
Que se rasgam em arrepio
No macio da sinfonia
De carnes entrelaçadas

Eu velo pelo teu sexo
Que se intumesce
Da saliva adocicada
Deste cítrico que inflama
Desta flor em chamas
Em tua vulva, amada
No mergulho da espada

9 comentários:

Ira Buscacio disse...

abuso de imagens para deleite dos poros que as respiram

de torar! de torar!
bj, poetaço

José Carlos Sant Anna disse...

Tanto amor envenena esse corpo des-velado.
Abraços,

dade amorim disse...

Lindo e perfeito, Assis!

De torar, coo diz a Ira!

Beijo

Lídia Borges disse...


O erotismo e a literatura, a literatura e a vida...

Fiquei "presa" no título.


Bjs

Ana Cecilia Romeu disse...

Assis, muito belo!

Palavras que ardem sem se ver... mais que fogo, natureza em combustão.

Interessante te ler ao som de Dolores Duran que postei no blog, quando amor, sexo, literatura, música e nostalgia se unem em único tom: Assis/Duran :)

Aqui te deixo, acho maravilhosa essa música: "Por causa de você":

http://www.youtube.com/watch?v=Nui89JkwwCw

Beijos!

Unknown disse...

é esse o castigo que nos vela...

abraço!

Fred Caju disse...

Muito bom, meu nobre! Vou até programar uma postagem no Cronisias com ele. Sai em algum dia de dezembro. Aviso quando for ao ar. Abração.

Vais disse...

Ei, Assis
foi o que veio

que assim seja
ar e pios
cacho
eiras
entre
meio
sei
os bem
um A de pé um V deitado um X de qualquer jeito
U A U ! ! ! ! ! !

amém

beijo

Anônimo disse...

Poema-Frisson, lindo!

Beijo :)