sexta-feira, novembro 29, 2013

Decálogo para coisas de nuvem, chumbo e barro

1.a minha inexistência me perdura

2.ando desconcertado feito espinho

3.quando escuto bach eu me orvalho

4.serventia de pedra parece aleivosia

5.suspiro de lua deixa atônito o verso

6.tem sede de ventania que me cobiça

7.palavra respira nas pausas do poema

8.o olho dela tem brilho de água-furtada

9.vazante de rio dá margem ao perspícuo

10. fui salvo de mim por pássaros e girassóis

p.s. “quando eu nasci
o silêncio foi aumentado” 
(Manoel de Barros)


14 comentários:

Tania regina Contreiras disse...


Ah, sim, lembrei dele, do Manoel, que consegue colocar o verbo em total delírio. O poeta Assis é expert no DELÍRICO...esse que me alvoraça a alma a toda leitura.

Beijos, poeta!

Unknown disse...

íris revolta e em rebentação perante dez mandamentos do sentir - acólito e peregrino me faço, assis.

braço!

João A. Quadrado disse...


[dez ditos,

pedaço de grito
despojo da voz.]

um imenso abraço, Assis

Lb

Ingrid disse...

pois o são em verbo e sentir..
beijos.

Fred Caju disse...

"3.quando escuto bach eu me orvalho"

Tenho que dizer pra alguém...

Teté M. Jorge disse...

Cada momento um pedaço de si...

Beijos e fores.
Obrigada pela visita carinhosa no Sedimentos.

Lídia Borges disse...


Deste modo, reverencia-se o verbo!

Belíssimo!

Um beijo

dade amorim disse...

Muito bom, belo mesmo!

Beijo, Assis!

Cris de Souza disse...

Ave, nosso senhor das liras!

Beijo.

Anônimo disse...

Maravilhoso, Assis!

Que bom que nos entorna suas palavras, sempre!!!

José Carlos Sant Anna disse...

Que nome que se dá a tão venturoso verbo: poesia.
Abração,

cynansaid disse...

De "barros" se fez poeta de sentir! Um barato, devota de sua belíssima poesia. Abraços

Ana Cecilia Romeu disse...

Dez pensamentos para sentir, porque pensar se (dis)pensa em maneiras de voar sem sair de si.

Beijos, Assis!

PIBATAN disse...

Fenomenal