domingo, novembro 17, 2013

Hoje choraria o rio inteiro por ti

De pertinho ela era doce
Mas era só eu me afastar 
Que ventava dentro
Uma agonia de me matar


Para um aprendizado do silêncio

Estiveste tão perto de mim
Que poderia contar
Sílabas nos teus lábios
E na tua respiração
Dourar as palavras
Em lenta epifania
Estiveste tão perto de mim
Que eu quase não me cabia


quadrinha da prova dos nove

Neste teu semblante 
de aurora
Tudo flora
Noves fora eu


para-choque de caminhão

eu não preciso saber
nada sobre mim
meu desconhecimento
me enriquece


arma zen 

AR-15 
de poeta
é palavra



papo hot

a poesia
se devassa
com a língua


haikai volátil

tão puro e sozinho
que nem
asa de passarinho


Para uma nova poética do tombo

diante 
do êxito:
hesito


para a flor branquinha

quiçá alguém encontre
o verso que perdi
quando você disse adeus
e dele faça sem demora
um poema concreto



A ilha do meio-dia

A vida vívida regia
O vento que vinha
Tudo fazia moinho

Eu regurgitava pedras
No túmulo apócrifo
Do poema

10 comentários:

AC disse...

As palavras, por vezes, parecem pedras em contramão.
Inspirado, como sempre.

Abraço

Lídia Borges disse...


Pérolas... Pérolas luzidias!


Bjs

ÍndigoHorizonte disse...

Los últimos versos se me han quedado en el costado. Me duelen. Me duele.

José Carlos Sant Anna disse...

Quanto transbordamento, poeta. Ainda ouço o rumor dos teus poemas.
Grande abraço,

Tania regina Contreiras disse...


Quando venho te ler, amanheço-me! Dorando palavras em lenta epifania: afff...que demais!

Beijos,

dade amorim disse...

Inspiradíssimo, como acontece sempre!

Estive uns dias em Ouro Preto, com filhos e netos, por isso não tinha voltado aqui.


Beijo!

Anônimo disse...

O meu querido, te lendo com toda calma, um deleite, versos que fulguram.

Você que não se cabe e eu também!
Beijo :)





Ana Cecilia Romeu disse...

Assis,
distantes presenças distantes,
e os centímetros..., pequenos vazios. E as palavras, milímetros que escorrem em tinta negra e teimosa.

Beijos!

Unknown disse...

palavras que constroem nichos de uma mesma nota só - e como me desprendo em salto e voo de uma voz só.

abração!

Cris de Souza disse...

Ai, ai... Até ficar com dó de si?

Outro beijo*