Hoje choraria o rio inteiro por ti
De pertinho ela era doce
Mas era só eu me afastar
Que ventava dentro
Uma agonia de me matar
Para um aprendizado do silêncio
Estiveste tão perto de mim
Que poderia contar
Sílabas nos teus lábios
E na tua respiração
Dourar as palavras
Em lenta epifania
Estiveste tão perto de mim
Que eu quase não me cabia
quadrinha da prova dos nove
Neste teu semblante
de aurora
Tudo flora
Noves fora eu
para-choque de caminhão
eu não preciso saber
nada sobre mim
meu desconhecimento
me enriquece
arma zen
AR-15
de poeta
é palavra
papo hot
a poesia
se devassa
com a língua
haikai volátil
tão puro e sozinho
que nem
asa de passarinho
Para uma nova poética do tombo
diante
do êxito:
hesito
para a flor branquinha
quiçá alguém encontre
o verso que perdi
quando você disse adeus
e dele faça sem demora
um poema concreto
A ilha do meio-dia
A vida vívida regia
O vento que vinha
Tudo fazia moinho
Eu regurgitava pedras
No túmulo apócrifo
Do poema
10 comentários:
As palavras, por vezes, parecem pedras em contramão.
Inspirado, como sempre.
Abraço
Pérolas... Pérolas luzidias!
Bjs
Los últimos versos se me han quedado en el costado. Me duelen. Me duele.
Quanto transbordamento, poeta. Ainda ouço o rumor dos teus poemas.
Grande abraço,
Quando venho te ler, amanheço-me! Dorando palavras em lenta epifania: afff...que demais!
Beijos,
Inspiradíssimo, como acontece sempre!
Estive uns dias em Ouro Preto, com filhos e netos, por isso não tinha voltado aqui.
Beijo!
O meu querido, te lendo com toda calma, um deleite, versos que fulguram.
Você que não se cabe e eu também!
Beijo :)
Assis,
distantes presenças distantes,
e os centímetros..., pequenos vazios. E as palavras, milímetros que escorrem em tinta negra e teimosa.
Beijos!
palavras que constroem nichos de uma mesma nota só - e como me desprendo em salto e voo de uma voz só.
abração!
Ai, ai... Até ficar com dó de si?
Outro beijo*
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