terça-feira, outubro 08, 2013

Poeminha para um diálogo com a Roberta

Às vezes me dói um silêncio
Tão antigo e indelével
Feito aquela marca de batom
Que me deixaste na face
Rubro que não sangra
Mas que esmaga

Assis Freitas


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O silêncio que devora a noite
é o mesmo que me come o coração,
sem preliminares.

Feito de estocadas,
golpes,
galopes surdos.

O silêncio
é um homem bruto
cuja fome esqueceu de gemer.

Vara pelas horas,
equídeo e solitário,
desmembrando-me.

Arranca, a pancadas,
um uivo negro, abortado
de caminhos que ele mutilou.

Roberta Tostes Daniel

Um comentário:

dade amorim disse...

Gostei demais, Assis.