quarta-feira, outubro 30, 2013

poemas esparsos

solilóquio

Diga alguma coisa
Mas não cite meu nome
Faça inventos
Procure o silêncio no arroio
E se no acaso vier
A reminiscência da palavra
Diga alguma coisa
Mas não cite meu nome


+ 1 canção para o registro do vento

eu sou o último ato
deste trágico
poema sem fim



fragmento

não mais dedicaste teu íntimo as nuvens
hoje elas soçobram no céu desavisadas
com ânsias de raios para vicejar



desista das canções de amor

lá fora a urbe e o orbe 
o tempo cobra a sorte
do desígnio demente
de se ir morrendo
lentamente

12 comentários:

Breve Leonardo disse...


[fragmentos que se encontram no fio,
na linha do horizonte da palavra...]

um imenso abraço, Assis

Lb

Tania regina Contreiras disse...


Teu nome é Poesia. Ele é assinado com súbitos. E eu amo!

Beijos, poeta...

ÍndigoHorizonte disse...

Maria do Rosário Pedreira decía:

Diz-me o teu nome - agora, que perdi quase tudo, um nome pode ser o princípio de alguma coisa. Escreve-o na minha mão...

Un nombre... un nombre, decir el nombre, su nombre. Luego te mando el enlace con el poema entero.

Cris de Souza disse...

Caprichou!

Nem vou dizer "mestre"...

Beijão.

Unknown disse...

a renovada descoberta de vozes que não param, não emudecem, no encontro com as tantas vozes que se escondem no interior de nós: somos, afinal, o derradeiro ato de cada poema escrito e por-escrever.

abraço!

dade amorim disse...

Cada qual mais interessante que o outro. São palavras ditas com capricho de poeta.
Beijo, Assis

na vinha do verso disse...


brisas em poesia
lufadas pelos estreitos caminhos do coração

abs

Lídia Borges disse...



Comentar, por vezes, é estragar!


Um beijo

Adriana Riess Karnal disse...

assim já falava Romeu: o que há num nome?... todo o cuidado é pouco quando citá-lo.

Fred Caju disse...

+ 1 canção para o registro do vento, muito foda. E os esparsos, todo mundo tem. Até estava relendo o Museu de Tudo do Cabral. Abraço.

Teté M. Jorge disse...

Cada verso encontrado no reverso da poesia íntima.

Beijos.

José Carlos Sant Anna disse...

E os fragmentos se sucedem decodificando o corpo, a vida, o amor através de imagens. Haja invenção nessa relação metafórica.
Grande abraço,