árvore da poesia
Para Toda Literatura
terça-feira, janeiro 28, 2014
fragmento para carvão e cinza
temo o visgo do teu corpo
a saliência delgada dos seios
temo a flor de tua língua
a curvatura dos teus montes
temo esta missão de te amar
como se fosses a única estrela
e todo o orbe do meu nome
fosse povoado apenas de ti
sexta-feira, janeiro 24, 2014
p.s.
p.s.
antes de te conhecer
eu era silêncio
agora estou vento e areia
à espera do teu deserto
p.s.
de uma forma ou de outra
a missão da vida é dar adeus
p.s.
há uma estrada
e eu preciso cumpri-la
mas os meus pés
adejam o infinito
p.s.
deixei encantamentos de lado
agora só a palavra me interessa
repousa o corpo no meu verso
deixa-me incendiar a tua pele
p.s.
p/ Joelma Bittencourt
Quero a visita do sol
No susto da palavra
A mim só interessam
Algumas rimas raras
terça-feira, janeiro 21, 2014
uma sonatina para espaços exíguos
no dia que você partiu
tão cheia de versos
eu fiquei tão blue
tive que recorrer
aos florais de bach
ao sorriso da monalisa
aos anéis de saturno
ao teorema de gauss
e reler insone
o poema em linha reta
não deu em nada
no dia que você partiu
tão cheia de versos
quinta-feira, janeiro 16, 2014
p.s.
p.s.
acho que meu corpo
volatizou
ansiando o teu beijo
p.s.
teu corpo me lembra nenúfares
me desperta líquidos
me alumbra de afogamentos
p.s.
nenhuma asa me sustenta
se vivo de amor
é por risco e contentamento
p.s.
a musa que me incita
fita esguia
a minha palavra aflita
p.s.
quando o mar sereno
beber minha prece
eu de ti me enveneno
p.s.
bendito o sal da tua pele
que aquece esta sede
que não cede
p.s.
a fome do teu nome
me vicia de súbitos
segunda-feira, janeiro 13, 2014
Uma outra ária para alfabeto de moça
Quando me povoas
No orbe do teu corpo
Tua fome me abocanha
Navego nesta sede
De precipícios
Neste visgo que não cede
Quando me povoas
De tulipas e utopias
Neste tempo tão dentro
terça-feira, janeiro 07, 2014
Das odes imperecíveis
I
Eu habitaria a face da tarde
Com teu silêncio
Desenharia o arrebol mais
Perfeito em seda e pele
E fio por fio
Desvendaria este rio
Com a sede do infinito
Que há em astros e lábios
II
Não é o mármore da pele
Que me acolhe as mãos
É ainda o aprendizado do vento
Este solene fluir de vértebras
Que o tempo instiga nas retinas
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