segunda-feira, setembro 24, 2012

Ensaio para aves astutas, assustadas com o sibilo do canto


“Temos a arte para não morrer da verdade”
Friedrich Nietzsche

Não sei por que razão coleciono
estragos, abismos, desvios
Tenho uma inata propensão ao silêncio
Quando me olham eu enrubeço
Mas na maioria das vezes sou invisível
Nunca me atraso, nunca me esqueço
Estou sempre atento, cordial, solícito
Com um interesse imediato aos afetos
Cultivo a arte de não morrer de tédio
De disfarçar a verdade com o sorriso
De oferecer possibilidade ao encontro
Afora isso não há nada de precioso,
De virtudes graves, apenas melancolia
Uma terrível e imensa melancolia

6 comentários:

LauraAlberto disse...

tempos hpuve em que o homem era recolector, agora é mais colector

haverá lugar para tudo na memória?

beijo

Tatiana disse...

estragos, abismos, desvios.. - coleção preciosa de vivências!

Joelma B. disse...

e vamos buscando novas fontes de ânimo...

ainda bem que te ler é alento!

:*

dade amorim disse...

Também não quero morrer de tédio, mas a melancolia é tantas vezes invencível...

Bjs

Everson Russo disse...

Somos e seremos colecionadores eternos desses estragos dos caminhos da vida...abraços e uma bela noite pra ti amigo...

Daniela Delias disse...

tenho coleções tão parecidas...

bjo