I
areia
no mar é alumbramento
no
deserto ajuntamento
no
olho afogamento
II
o
vento que me corta a pele
incide
contra o tempo
arde
no pensamento
III
árido
o poema
me
assola
a
íris ao extremo
IV
uma
ilusão de vidro
me
corta a retina
miragem
repentina
V
um
camelo efêmero
vagueia
sólido
na
luz da imensidão
VI
o
tuareg rumina um oásis
para
acender o pôr-do-sol
que
no lábio se evapora