terça-feira, fevereiro 09, 2016

terça-feira, junho 23, 2015

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

uma saudade gris para amores efêmeros

nas tortas avenidas
do meu corpo
deambula este
olor de brevidades

de tudo
quanto eu tive
quase nada ficou
a não ser

este florir repentino
do silêncio
de tantas ausências

p.s.

na página vazia
o mister da poesia
é por o negro
e o branco
em harmonia

pérola aos porcos

um galo sozinho não tece uma manhã
assim como
uma andorinha só não faz verão
assim como
provisoriamente não cantaremos o amor
assim como
a casa é acolhedora, os livros poucos
assim como
eu encontro em mim mesmo uma espécie de abril
assim como
eu canto porque o instante existe
assim eu quereria meu último poema

domingo, janeiro 18, 2015

como atravessar o deserto em seis lições

I
areia no mar é alumbramento
no deserto ajuntamento
no olho afogamento

II

o vento que me corta a pele
incide contra o tempo
arde no pensamento

III

árido o poema
me assola
a íris ao extremo

IV

uma ilusão de vidro
me corta a retina
miragem repentina

V

um camelo efêmero
vagueia sólido     
na luz da imensidão

VI

o tuareg rumina um oásis
para acender o pôr-do-sol

que no lábio se evapora

quarta-feira, outubro 01, 2014

p.s.

quase nunca é um poema
mas faço da palavra liturgia
e trêmulo perambulo alegorias
adormeço em vigília da sintaxe
quase nunca é um poema
mas se um dia for
ofereço-vos numa consoada


domingo, setembro 28, 2014

Amig@s, estou participando de um concurso de poesia com votação popular. O poema é Ensaio para o jardim dos versos que se bifurcam. Para participar acessem o link abaixo e cliquem, no final da página, em Vote aqui na sua poesia favorita, então surgirão as opções. Grato desde já, abraços. Eis o poema:

Ensaio para o jardim dos versos que se bifurcam 
a Jorge Luis Borges 

que singular mistério terá sido este 
cujo sonho é poço e pêndulo 
lâminas afiadas, tigres, labirintos 

que estranha linhagem de chamas
são estes mapas, bússolas, rios
neste findar-se em lágrima e cristal

que rigorosa complexidade
terá traçado a linguagem, que
dela o acaso não pode prescindir

que infinito terá na areia e no livro
na catequese do espírito e da treva
neste duplo ausentar-se em sonho

que pródigo terá a sua Ítaca revisitada
os fios de Penélope a lhe dourarem
o semblante na confluência do ocaso 


http://www.portaldoservidor.ba.gov.br/noticias/valorizacao-do-servidor/divulgados-os-resultados-do-festival-de-musica-e-concurso-literario

segunda-feira, setembro 22, 2014

um desconcerto n’alma

ando assim, assim
não ousaria adjetivos
o tempo me interroga
e eu fico em silêncio
apenas cumpro a poesia